Espero ansioso a chegada dos seres
Que irão conceder-me almejada vingança,
Fragrâncias sulfúricas, formas atrozes,
Ruir das humanas e tolas pujanças!
Com meu elmo de chifres, co'as flamejantes
Espadas espalho mil mortes cortantes;
Ó negros anelos da Terra, deglutam
Os corpos que as foices de chumbo sepultam!
Abaixo de nós há uma sombra secreta
Habita os pináculos rubros, montanhas
De corpos queimados - presente do esteta
E veste colar adornado de entranhas!
O Fim lhes devora sutilmente a vida
Enquanto de longos caminhos, feridas,
Espero sentar-me nos Tronos Austrais
Comando este báratro, rei dos finais!
As luzes púrpuras e canções de sonho
Nas mentes refregam assim como feras,
Inspiram tortura co'as quais eu fecundo
As rosas dolentes, repletas de estrelas!
Verás ressurgirem delícias corníferas,
Altíssimas torres de cores melífluas,
Albergo-me nelas, envolto nos crânios
Que lanço ao Reino, azuis domos urânios!
Levanta de teu longo e ávido sono,
És ser abissal, pesadelo de jade,
Pertence-nos este porvir tão risonho
Dourado de novas quimeras, Verdade!