Vê-me sem qualquer cor ou purpurina,
Uma cruz que se impõe sobre a Alvorada,
Não fui nunca esquecida, nem lembrada
Sou quem os fracos, fortes, extermina;
Sou a culminação fria, sou a ruína,
Sempre esperada, mas nunca esperada,
O adentrar numa lúgubre morada
Onde todo o futuro vai e se finda.
Sei que é muito sincero teu receio,
Queres posar de Ser de tão alto porte,
Mas serás meu! Não importa por qual meio.
Nem toda a proteção, nem toda a Sorte,
Poupou quem p’ros meus negros mantos veio;
Chama-me ceifador, chama-me Morte!