Eles nos observam com desprezo
Pois tal qual negro vórtice, lembramos
De que este mundo decai e lentamente
Afoga-se no próprio e tolo sangue.
Vós! Vós que vedes como são as mentiras!
Vós que vagais em vários locais sórdidos!
Vosso coração não deseja ver
Bem além das miragens ofuscantes?
Vossos cansados corpos não procuram
Liberdade qu’outrora foi negada?
Então, como soldados implacáveis,
De músculos por bronze revestidos,
Devemos adiante seguir, sempre
Visando no horizonte a insurreição:
Se aos nossos combates são eles cegos,
Se às canções nossas fazem-se de moucos
Deixai que sejam! Pois temos Valor.
Este valor supera o dos metais
Preciosos, supremo e inalterável;
Caso eles queiram (claro!) relegar
A nós o escuro canto, não o holofote,
Deixai-os! Que as medalhas e que os prêmios
Derretam e apodrecam como a carne
De fétidos roedores insepultos!
Aos olhos d’injustos mestres, tudo
Que tem Valor não tem. Não deveis crer
Em mentiras pomposas, as quais podem
Na superfície belas parecerem,
Enquanto são, de fato, fúteis, falsas,
Quimeras que a injustiça justificam.
Traçamos nossa origem ao passado,
Onde ofuscava a flama nossa a Ordem,
Que, por ser totalmente imperiosa,
Era o sacrossanto alvo d’uma Guerra…
Preparemo-nos para a Liberdade
Buscar por todos meios, todos modos!
Se irritam-se os malditos pacifistas
Ao notarem que falo de violência,
Que seja! Pacifistas, debulhai-vos
Em lágrimas! A viva Fúria traz
A vida, mas também a Vida extingue
Pois no fim inda somos animais!