A canção dos derrotados


Simpatizo co'os sacros sofredores,
E também com quem foi subestimado,
Este Tempo implacável e desgraçado
Retalha cruelmente nossas dores...

Simpatizo com quem viveu terrores,
Nada esteve jamais predestinado,
Tal crença é um absurdo desastrado,
A negação da mente, o descontrole.

Mas se estou certo d'uma coisa apenas
É que o mundo dá largas piruetas
E um dia Esparta vai virar Atenas;

Nós, párias, tomaremos o planeta
E as decapitações serão sangrentas
Na rubra pira destas vis vendetas!