Sou imune a feitiços quaisquer,
Ferir-me não podem machados,
Nem outros armamentos fracos
Lograrão vencer-me, dobrar-me;
Não causam o Medo sequer,
Nem mesmo um pouquinho de alarme.
Ferir-me palavras não podem
Transformo-as em soltos fonemas,
Dissolvo brutais, frios temas
E sempre rebato os insultos,
Mesmo que uma lança em mim joguem
Errarão! Ó vermes estultos!
Não sirvo o Mal, não sirvo o Bem,
Sirvo a um senhor tão somente,
Não podia ser diferente:
Ao soberano rei e vate,
Vejo que te indagas: mas quem?
Eu! que sou Fogo e Majestade!
Para mim foi sempre visível
O fato que querem negar:
Tudo e todos vou superar,
Mesmo enquanto ébrio de vinho.
Meu esplendor faz tudo invisível,
Descortina o certo caminho;
Como sou meu mestre (te disse)
A trajar meu pŕoprio uniforme,
A derrotar besta disforme,
Conheço a pletora de ataques,
Então, por favor, não me irrite,
Pois esmago muitos basbaques!