Ó ser vil!


Ó ser vil! Teu motivo deplorado
De fazer, moribundo, o que tu fazes,
Usando pomposos termos, sem enfado,
Fingindo-te d'honorável nos desastres...
Retinem as ciências caprichosas
Nos discursos que vais a proclamar,
E alegram-se os ouvidos nos quais gozas
Desta cacofonia oracular,
Dizes interpretar os tênues riscos
De conclusões fantásticas, empíricas,
Mas não passas d'um amante de cortiços,
Que lancem-te os deuses de escadarias!
Sim! Enganoso, pútrido, mesquinho,
És embaraço, rato sem caminho!