Quando eu dormitei sob as árvores
As quais protegiam-me, sono,
Senti navegando nos ares
Um tigre, não sei ainda como,
Em sua pelagem flamante
Encontrei terríveis imagens,
Rugindo na Noite adiante,
Em vários, vazios lugares,
E ao aparecerem as presas
Fulgindo ociosas em Graça,
O tigre mostrou suas presas
Armas violentas que rasgam,
Um por um venceu e destruiu,
Sangrando os cordeiros co'os dentes,
Com olhos cerrados eu vi
Sorrisos febris e contentes,
E na simetria dos atos,
E nos pavorosos carmins,
O tigre levou aos infernos
Essas criaturas servis,
Depois que meus olhos abri
Meio dorminhocos, cansados,
Saudei na manhã o belo Abril,
De tigres caçando exaltados,
Por isso que brilhes, Ó tigre!
Em brasas supremas, vermelhas,
Protegerei as bestas que singram,
Ó tigre, terrível flamejas!