A sublime invocação


De cantos esquecidos e execráveis
Onde persiste a Dor e o Pesadelo,
De mortes escarlates e implacávels,
Onde s'esconde o riso de segredos,

De castelos forjados pelo sangue,
Tremendo como peles e bandeiras,
Do corpo agonizante que nos plange
A presença de glórias insuspeitas,

Em paisagem cruel e desolada,
Não mais observada por deidades,
Na beira decadente d'estradas
Conduzindo às escuras fealdades,

Jaz ele! Tausuhr, deus que assim salvou
Os nobres e também a triste plebe,
Espalhou-se por tudo que restou
Reacendendo a nossa antiga verve,

Que possa ressoar esse seu nome
Em baixas, altas, vagas extensões,
Que s'exalte a Justiça do que dorme
Tramando nas ebúrneas vastidões!

Relampejai, sulfúricos turíbulos,
Trazei vossas imensas, podres graças,
Sufocai esses vãos párias dos patíbulos
Espalhai a vil Discórdia para as massas!

A plaga sofrerá sob as correntes
Que nosso salvador há-de trazer,
Enquanto se destroem os dementes
Líderes, sentiremos mui prazer!

Somos a infestação de criaturas
Imperfeitas, insanas, implacáveis,
E nas aspirações que vão às alturas
Nos tornaremos vermes detestáveis!