Agora vedes-me enclaustrado
Ao modo animal,
Mas eu recordo de passado
Distante e real,
Lembro de noites sem dormir
Vagava em floresta,
Sem qualquer paz, a destruir
A pátria indefesa,
Brilhavam meus olhos com sede,
O sangue verter,
E na mão, adaga como rede
P'ras almas prender,
Eu era temido pelo algoz,
E o preço paguei,
Apercebi, na ação atroz,
Qu'um monstro virei,
Pois inexistem os limites,
Cruel assassínio,
Chamai da forma que quiserdes
Massacre, extermínio,
E na manhã que chegaria
O Sol não brilhava,
Mas sim defuntos numa pilha
O fogo alastrava,
Eis a razão d'eu estar aqui,
Em própria vontade,
P'ra ver se não vai ressurgir
A minha maldade!