A SEGUNDA LEGIÃO
A SEGUNDA LEGIÃO

Agora qu'os cantos ouvistes
De prisioneiros exilados,
Vos cantareis os cantos tristes
De matadores e seus atos,

É a legião mais destemida
Na morbidez má dos combates,
Os oponentes são comida,
Meros suínos p'ros abates,

Eles manejam tantas lanças,
Pontas mortais cortando os céus
E penetrando nas entranhas
De fŕageis corpos, carnais véus,

Assim s'alegra ele, o Carmim
E sanguinário Imperador;
Todos na corte desafiem
Seu animalesco destemor,

Mas isto não farão: o motivo
É que desejam preservar
Riquezas, Vida e este sentido
Que no Poder podem achar...

E comandava de Kathad
O Rei as longevas legiões,
Mas a Segunda, assumidade,
Compunha trágicas canções;

Os intrumentos afiados,
Perfuradores ideais,
Tanto trinavam cordas d'Aço,
Beligerantes aos umbrais,

De novo incensos acendei,
Minh'abundante multidão,
Não falaremos deste Rei,
Mas de certeira traição!

Pois até mesmo os corações
Com belicosas asperezas,
Fazem-se justos nas ações,
Abençoados com nobrezas!