A balada da ação

Não tenhas tu esta derrisão
Quando eu falar o que m'impele
Pois vais calar-te e s'erguerão
Malditas lâminas que ferem;
Dentro de mim desata brado,
Dentro de mim surge paixão,
De finos traços, delicados
De violência, pura acção!

São estas! Cores, criação,
Que sutilmente as brisas selem,
Vontades primas, ilação
Prisioneiros dons que ele,
Mestre ardiloso, em desagrado,
Hábil domando a Una ilusão
Fez emergirem aos estados
Que sempre incitam nobre acção!

E no exaltar do coração,
Por brisas níveas que enregelem,
As formas ínfimas farão
Doces sons qu'os peitos propelem
Mestre ardiloso, tão enfarado,
Incitador da enfaração,
Olha estranho, estupefato
Onde rebenta a intensa acção!

Mas este é o derradeiro
Momento de libertação,
Sumam os mestres por inteiro
Desatarei qualquer acção!