EPIFANIA
EPIFANIA

Nas tuas deslumbrantes formosuras
Nos céus deste vermelho eremitério,
Encontrei, pusilânime e sidéreo,
Fogosas criações de ondas escuras.

Aos ares levantei minha bandeira,
Sabendo que devemos navegar
E impetuosamente desbravar
A altura glacial e derradeira,

Pois adornam-lhe os pés baços defuntos,
Que sussurram eternas decepções,
De hálitos causticantes, corações
Repletos de desejos moribundos,

Vitimados tornaram-se porque
Aceitaram o peso do Destino,
Que a vida retirou-lhes, tão ferino,
E por isso desejo conhecer

A vontade nascendo no teu espírito,
Procuras realmente rebelar
O ser e então, liberto, procurar
O caminho que não foi ainda escrito?

Então temer não deves litanias
Advindas da garganta de satãs,
Esquece os verborrágicos peãs
E comigo procura epifanias!