Quando nos encontramos em febris
Momentos que despreza a fria Mente,
Sentimos o Mistério, ardor, rubis,
Adejando na fronte docemente;
Súbitas, imagens claras projetam
A rudez multicor dessas paisagens,
Em seus dúbios cantares introjetam
Nos olhos os auspícios de voragens!
Em todos os recantos escondidos,
Florestas boreais, mares profundos,
Desertos onde estrelas lançam ditos,
Fontes de inspiração, vozes do Mundo,
Até mesmo os que não existem, pináculos
De prata, acessíveis só por portas
De Luas fraturadas, primais básculos,
Investindo na Forma canções tortas,
Não sejam maculados os poderes
De oníricas potências, imprimidas
Em confusos padrões, sagrados seres
A quem se revelaram, inauditas,
Vós! Tolos metafísicos, pois vede:
Há mais do que toleram vossos sensos,
Não vos prendais à Morte, às paredes,
Escutai o clamor surdo d'incensos!