Não permitamos fugir a memória
Deste imortal e sagaz lutador,
Mais luzente dentre os Anjos em glória,
Pai dos rebeldes em místico ardor!
Fez-se nas eras eterno, revolto,
Não se curvou aos injustos desígnios
Jamais! Na guerra, de chama devoto,
Rompeu do Artífice os todos ofícios!
És o anarca faustoso e saúdo a
Recusa em tão tolamente prostrar
Teu ígneo ser, de impureza desnudo,
Ao Demiurgo, rei do clausurar!
A voz que inflama os peitos alheios
Em movimentos desata o querer
D'alma extirpando cruéis os celeiros
Que insiste o Clero em impor no vencer!
Tombemos reis e rainhas co'adaga
Nunca seguindo dever ou qualquer
Cousa que não seja a viva luz flava
De nosso mestre invejável: Lúcifer!