TORNAR O RETORNO
O RETORNO
I

Eis! Depois de vagar pelo oceano,
Glorioso retorno d'um decano
De arriscada aventura, perigosa
Mesclada co'a Morte imperiosa.
Meu nome pelas ruas ressoando,
Clarins dourados cantam, versejando

Esta vida de tensas ocorrências,
Negando dos videntes inferências
De qu'eu precisaria servir à grei,
E quem é este? Jamais descobrirei,
Talvez seja fracote mui senil,
Desprovido de verve varonil.

Agora minhas noites atravesso
Provando deste absinto e deste verso,
E se cessei o adentrar em turbilhões,
Conheço, embriagado, esses rincões
Até então inexplorados pelos doutos,
Os que só leem prosas e outros contos;

E se não sou um monarca de terrestres
Reinos, dados me foram os celestes
Portentos e coroas eternais:
E, independentemente dos finais
Que tenham governantes da matéria,
Eis-me, rei de nação vaga e sidérea!