A ESPERA
Perdoa-me padre, pois eu não pequei
Da forma que concluo que querias,
Estou imune às tuas agonias,
Do rebanho de crentes desertei.
Tua tão idônea igreja, disto sei,
Permissão não tem, com tais manias
D'extirpar dos outros suas vidas
De fornecer perdão, culpar ninguém.
Enfim! Sabes qu'integro aquela senda
Que causa-te desprezo, ódios, asco!
Sou pessoa de pagã, louca prebenda.
Foge de mim, ó podre padre parco!
Ou tire a sacrossanta e casta venda
No cultuar titânico de Baco!