Em tempos distantes, na espúria França,
Nos dias passados de longínqua andança,
Raiou uma energia sublime, sidérea,
Repleta d'ardor, de Paixão luciférica,
Em tempos distantes, de Símbolos belos
Tão frios e alvos, se fossem os gelos
Que vivem em fortes, ou templos internos
No peito daqueles poetas d'Averno,
Foi nesse momento em que o Sangue mais vivo
Sangrou no cadáver, o fez redivivo,
Foi neste momento que viu o país
A cor renascendo no sujo do gris!
E nascem os filhos austrais encarnados,
Querendo livrar este mundo de fardos,
De rígidos temas, mudanças extremas
São tão lindas quanto pujanças enfermas,
A roda que gira vai sempre girar,
E sob o reflexo do tênue luar,
Podemos notar a verdade fantasma:
Poema espalhando tal qual um miasma,
E saibas que os Vates d'outrora são musas,
Lembrados em linhas vitais e reclusas,
E saibas que nosso sonhar 'inda existe,
É fruto de terra secreta e tão triste!