Ventos do norte

Ventos do Norte, ventos do Sul,
Vastos ventos cortando o céu azul,
Ventos vindos do Leste e do Oeste,
Trazendo, temerosas, as pestes,

Vardra, deus que injustiça sofreu,
O Reino dos Demônios perdeu,
E agora, em deslumbrante amarelo,
Viaja no Ar, no vário castelo,

Com seu mortal sopro anuncia
O que está para vir, a estadia
De guerras, violentos tufões,
O terror eternal de nações,

Ó Vardra! Choram teus justos filhos,
Esmagados com plúmbeos anilhos,
Os seres malignos juraram
Caçá-los, e na caça ceifaram

Tantos, mas não paramos de ser,
Querendo ou não, não há qualquer querer,
E sabemos bem: sempre se alteram
Os ventos, ventanias desterram...

Portanto, Pai dos Ventos, me dá
A força que destrói, que fará
A pátria prostrar-se por fim,
Peço-te, Vardra: desce até mim!