Antes que eu soubesse de meu papel de curador, Aldernea funcionava primariamente como instrumento de autoexpressão - embora houvesse, já nessas tenras épocas, vestígio de querer algo mais; coisa que acontecia sem compromisso, mais como uma prentensão boba, desnecessariamente inflada (ou assim eu achava). Caso os escritos atribuídos a mim sejam analisados, poder-se-á perceber que eles contém os germes dos respectivos estilos dos três contribuintes, todos seguindo o pacto interno; um que não está em palavras, mas que é intuido e compreendido por nós.
Entendo, viajante, que pode haver curiosidade em relação ao motivo disto ter ocorrido, ou em relação a como ocorreu. Deixe-me sanar sua dúvida: tais autores já se comunicavam comigo através do Ideaplano, que eu acesssava de forma inconsciente e destituída da Intenção que Stajmevit, como você deve ter lido, afirma ser tão cara. Através desse processo inconsciente, formava-se um link para as minhas mensagens e as mensagens do autor específico com o qual o contato era travado; quando se alinhavam, é aí que tudo fluia, embora tenham ocorrido dissonâncias menores ao longo deste processo praticamente simbiótico. Por isso, não se espante: o motivo pelo qual decidi abdicar de voz mais ativa e única é porque, quando analiso-a bem, percebo que nunca existiu, tratando-se apenas de uma ilusão elaborada.
AVISO: Como nesta época eu ainda estava aperfeiçoando a canalização do Ideaplano, alguns poemas podem ter qualidade questionável.